Blog Assembleia de Deus Poção de Pedras : Ministério de Família: A relevância do diálogo como instrumento para formação consciente dos nossos filhos.

Adevandro Miranda e Ana Célia Campêlo Miranda, Líderes do Ministério de Família da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Poção de Pedras.

Eclesiastes 7:2 - É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos.

A gente sempre pensa em deixar para nossos filhos algo capaz de firmá-los sempre no caminho da fé do amor. É bom incentivá-los a estudarem e buscarem sua autossuficiência para que não precisem ou dependam de mais alguém quando adultos e para que possam se realizar como pessoas. Porém existe algo maior que só ensinamos com o exemplo.

Sempre quis mostrar para minhas filhas que o ser é bem mais importante do que o ter, e que depois da morte, só as boas obras e o caráter é que serão lembrados. "A única coisa que volta do túmulo com seus enlutados e se recusa a deixar sepultar é o caráter de um homem", afirma J.R.Miller. Precisamos amar o próximo e nos sensibilizarmos com sua dor, nunca criei um mundo de ilusões e fantasias para minhas filhas, sempre mostrei o verdadeiro mundo em que vivemos de misérias, doenças, lutos e dores, pois sei que temos que plantar nas suas vidas os verdadeiros valores encontrados na palavra do Senhor, o amor a Deus e ao próximo, a fé, a esperança, a tolerância com os mais fracos, o não julgamento e tantos outros.

Percebo que cada dia mais os jovens fogem dos momentos de dor, não sabendo enfrentá-los e nem vencê-los, tornando-se cada vez mais frios em relação à dor alheia, inclusive dos seus. Esses dias vivi uma experiência muito forte, com a morte de meu avô Gregório, aos 101 anos, pude ver uma resposta ao que tenho ensinado às minhas filhas. Vi a disposição e sensibilidade delas de estarem no velório até a madrugada e de chorarem mesmo perdendo alguém que tiveram tão pouco contato e já sendo tão velhinho, demonstrando sensibilidade com a dor da perda.

O sábio Salomão, diz no texto referido acima, que é melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos, vejo nessa circunstância um momento de reflexão e sabedoria para todos,pois, há muitos jovens que fogem dessa realidade de pensar e refletir sobre esse momento em que todos terão que passar, por isso vemos tantos deles sem sensibilidade e responsabilidade com sua própria vida. Acredito que muitos ainda vivem como se fossem ter segunda chance, arriscando-se nas drogas, na irresponsabilidade do trânsito, nas orgias e muitos outros erros.
A morte de uma pessoa próxima é um momento de ensino para um adolescente que passa a reconstruir sua vida. Com suporte e compreensão, aprendem cedo que nós humanos não temos controle completo sobre nós mesmos e sobre o nosso mundo. Eles aprendem que o luto é o contraponto natural de ter amado, que fé e esperança são pontos centrais em achar um sentido para tudo que se faz nessa vida curta, que é o verdadeiro valor para a alegria de viver.
Pais conversem sobre esse tema (morte) com seus filhos, pois ajuda a dissipar o medo e caminhar a favor da aceitação, sabendo viver com esperança. Escute seus pensamentos com confidencialidade e sem julgamento, honre o combinado de confidencialidade, não divida com outras pessoas as confissões ou falas íntimas. Preste atenção àquilo que não se fala, o olhar, a postura e os gestos falam mais que mil palavras. Fale a seus filhos: EU TE AMO, ME PERDOE, ESTOU AQUI PARA TODOS OS MOMENTOS, QUERO TE AJUDAR, VOCÊ É IMPORTANTE PARA MIM, EU ME IMPORTO COM VOCÊ.

Não deixe de falar dos seus falecidos, para que eles aprendam sua história, que eles possam entender que essa vida é passageira e que temos que fazer o que pudermos para viver na presença de Deus, tendo uma vida em abundância.

“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gálatas 6:8.

Ana Célia Campêlo Miranda.